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Recomendações para as Unidades Neonatais públicas e privadas do Distrito Federal

No âmbito da neonatologia, entendida como área de atuação pediátrica, as evidências científicas têm fundamentado grandes avanços na qualidade dos serviços a serem prestados ao recém-nascido.

A qualidade da assistência à saúde nesta fase de vida enfrenta desafios cuja superação requer sólida base de conhecimentos e práticas capazes de promover as melhores condições para a harmonia dos órgãos e sistemas do organismo humano em formação. É o período de intenso crescimento e diferenciação do cérebro como peça fundamental para o alicerce da cidadania. Projeta-se assim, com clareza inquestionável, a relevância dos investimentos a serem feitos na qualidade da assistência à saúde da infância, mormente na etapa neonatal que deve por isso mesmo ser considerada na dimensão da sua elevada complexidade.

Não por outra razão, neonatologia é uma das áreas de atuação pediátrica que mais tem progredido cientificamente. O exemplo mais consistente é o da conquista de importante recurso para o controle das condições de funcionamento cerebral do recém-nascido. Trata-se da chamada Unidade de Terapia Intensiva Neonatal e Neurológica. Graças aos recursos tecnológicos que permitiram a criação da eletroencefalografia ampliada contínua do recém-nascido em condições de risco, particularmente o da asfixia perinatal, tornou-se possível detectar indícios precoces da disfunção cerebral que está na gênese de crises convulsivas, entre outras.

Esse recurso diagnóstico inovador projeta-se como incomparável iniciativa capaz de fundamentar intervenções terapêuticas, de forma segura e oportuna. Por essa razão tem sido instalado, em número crescente de unidades de terapia intensiva neonatal, em diversos países. As avaliações científicas que vêm sendo feitas não deixam dúvida sobre o impacto que tal procedimento diagnóstico tem produzido na promoção da qualidade dos cuidados com a saúde do recém-nascido.

Outro recurso inovador, que se consolida como prática que agrega coerência fisiológica às providências terapêuticas, é o uso criterioso da hipotermia que assegura ao neonato em risco de encefalopatia hipóxico-isquêmica as condições metabólicas e circulatórias favoráveis à sua proteção cerebral.

Tais assertivas podem ser verificadas no levantamento feito pelo Departamento de Neonatologia da Sociedade de Pediatria do Distrito Federal, no link abaixo.

 

A assistência de qualidade à saúde do ser humano deve ter início na fase de vida pré-natal. Na verdade, boa parte do que se identifica como problema do recém-nascido pode ter sido desencadeado por mecanismos desfavoráveis à formação do seu organismo durante a vida intrauterina. Assim sendo, os cuidados neonatais devem estar inter-relacionados com o amplo espectro da Medicina fetal, nova especialidade que passa a ser construída como área de atuação da medicina destinada a promover ações preventivas, diagnósticas e terapêuticas em benefício da qualidade de vida no complexo universo uterino.

Diante do exposto, a Sociedade de Pediatria do Distrito Federal, entidade comprometida com a promoção da qualidade da saúde a ser assegurada ao ser humano nas suas distintas fases de crescimento e desenvolvimento, registra as seguintes recomendações para as Unidades Neonatais públicas e privadas do Distrito Federal:

1 – Incorporação do conceito de Unidade de Terapia Intensiva Neonatal Neurológica aos serviços de Neonatologia do Distrito Federal;

2 –  Utilização de dispositivos para promover hipotermia como recurso terapêutico para recém-nascidos prematuros com risco de encefalopatia isquêmica;

3 – Promover o treinamento e a capacitação de médicos, enfermeiros, fisioterapeutas e técnicos na dinâmica operacional da Terapia Intensiva Neonatal Neurológica.

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